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História da Escola

A história da criação da escola na comunidade de Santa Maria, no município de Benedito Novo é digna de ser levada ao conhecimento de todos.


Para tomarmos todos os conhecimentos a respeito do que pretendemos relatar, nada melhor do que iniciarmos pelo idealizado e promotor do próprio empreendimento social existente na comunidade. Frei José Afonso Ribeiro, o vigário da Igreja Matriz e pertencente à Ordem Franciscana. Jovem ainda cheio de ideais, que superam os paramentes religiosos, formado em sociologia pelo “Institue Catholoque de Paris” e com estágio de seis meses na Universidade de Filadélfia – USA.


Desde, quando chegou, imbuído que estava de propósitos restituirias da realidade sócio econômica e religiosa, procurou assessorar-se de elemento humano capaz de realizar um empreendimento até certo inédito: promoção da comunidade pela comunidade, dentro de uma visão integral do homem.


As irmãs catequistas foram-lhe de grande valia, bem como pessoas idealistas da comunidade que logo que compareceram se aperceberam da viabilidade, importância e envergadura da obra que deveria ser executada.

 

Antes de tudo foi feito um levantamento minuciosos em dados sobre a família residente no território da paróquia: estado civil, números de filhos, sexos, profissão, escolaridade, crença, idade, etc. Assim a direção do movimento conseguir ter em mãos de maneira acessível e manuseável todo conhecimento que lhe era necessário, para iniciar o passo decisivo: o da mentalização de todas as pessoas para cada uma viesse, espontaneamente, ofertar seus préstimos à execução da importante obra.


Para uma conscientização efetiva, nada melhor que a ostentação pura e vidente da realidade até certo ponto triste, a que estavam relegadas que 900 pessoas: sem novos descirtíneos que fizessem o progresso da região, a ociosa mão- de-obra agrícola, motivando êxodo contínuo, principalmente escolaridade, carência de indústrias que ocupassem as economias, ausências de meios de lazer e locomoção, etc.


Assim, com base nos levantamentos da realidade de toda comunidade, chegou-se a conclusão que seria acertado dividir a paroquia em dez unidades de base.
Em cada uma dessas foram escolhidas pessoas  de uma certa liderança que, uma vez mentalizadas, transmitiram os demais as mesmas conscientização.


Várias equipes gradativamente foram sendo formadas em cada unidade de base,  com reuniões quinzenais  e teriam o seu encargo o estudo e a programação dos quatorze aspectos: familiar, saúde, manutenção, associativismo, lazer, comunicação, educação, patrimônio, trabalho, religião, segurança, valorização, politica e aspectos jurídicos.
Vista e sentida a realidade local, social, econômica e familiar de toda a região e sabendo-se serem imponentes para suprir todas as necessidades, iniciaram-se os contatos com entidades que pudessem trazer animo a valia aos projetos e programações do empreendimento.


Assim, gradativamente foram mantidos contatos com a CNEC, Campanha Nacional de Escolas da Comunidade; com a ASFB, Ação Social Franciscana do Brasil; com a Kolping, entidade alemã que visa criar espirito de família propiciar recreação e incentivar a profissionalização; com a LBA, Legião Brasileira de Assistência, angariando dele fundos para a iniciação profissional: datilografia, corte e costura, artes culinárias, pinturas em tecido, primeiros socorros e com PIPMO, Programa Intensivo de mão-de-obra.
Após os levantamentos dinâmicos, foi dado inicio aos trabalhos de execução. E entre as carências maiores averiguou-se ser a escola, cujo índice existente no território paroquial era apenas o elementar, isto é, do primeiro ao quarto ano primário.


Encarado esse plano com absoluta seriedade, foram logo mantido os contatos assinado convênios com a Campanha Nacional nas Escolas da Comunidade. Em Santa Maria fundou-se um setor da mesma. Assim com esses auxílios a comunidade atirou-se à empreitada da construção de um enorme edifício, que poderíamos julgar uma temeridade para as amplitudes do lugar.


Hoje o edifício da escola é uma realidade, graças aos esforços de todos, que através de mutirões realizaram aquela proeza.


O inicio de todo o trabalho foi a construção de uma gruta Nossa Senhora de Lurdes, com a ajuda de toda comunidade.


Em forma de sacrifício os moradores traziam na mão pedras para a construção da gruta. Com esse trabalho foi conquistado todas as famílias, inclusive as evangélicas.Em seguida a obra continuou; uns davam a mão-de-obra, outros ofereciam transporte, muitos doavam areia, tijolos, cimento, tinta, telhas, etc. Era a comunidade mentalizada que se atirava à obra dignificada de trazer para si o que necessitava. Mas a comunidade não parou por aí, queria a escola de 2° Grau e conseguiu. Todos os estudos do 2° Grau são técnicos e preparam seus alunos especificamente para a administração de empresas. Dali sairão os filhos de colonos com conhecimento suficientes, para dirigir e gerir suas propriedades e pequenas indústrias. Dali eles sairão com novos horizontes para implantar novos projetos de progresso e desenvolvimento. Ressalta-se, entre outras salientes, a participação contínua e incessante da Kolping, que inclusive municiou a comunidade com uma Kombi, destinada para transportar alunos, residentes em distâncias maiores, para os cursos não ministrados na sede da comunidade.


A LBA, mantem cursos de iniciação profissional. Também a Ação Social Franciscana do Brasil ofereceu e supervisiona as máquinas para curso de marcenaria e sapataria. Assim Santa Maria é uma comunidade que cada dia se dinamizava e evoluía, trazendo para si as realidades sociais, antes nunca pensadas ou ditas como possíveis.


É interessante ver como, a pequenina Santa Maria conseguiu mercê da coesão de todas as forças vivas, influenciar e motivar forças maiores para essas viessem à colaboração e à conjunção de esforços. O PIPMOL, LBA, a Kolping, a CNEC, ASFB, estão integradas na vida e na vida e na pujança da comunidade de Santa Maria.


Ressalta-se sobre modo, e com os devidos aplausos a figura invejável deste apostolo destinado e indômito da ação social: Frei José Afonso Ribeiro, idealizador e promotor de toda essa benemérita obra.


Simples, humilde, atuante e corajoso, conseguiu converter sua própria paroquia num protótipo de ação social cristã. Maior testemunho homem algum consegue dar apreço e caridade por seus semelhantes.


Na época de sua fundação em 1969, o colégio era administrado pelo mato-grossense padre: Frei josé Afonso Ribeiro, auxiliado pelas irmãs catequistas que nessa época trabalhavam na comunidade. Funcionava dentro de um regime autoritário, devido as circunstancias daquela época e por exigência dos próprios pais, que confiavam à escola a formação moral dos seus filhos.

 

Atualmente a escola funciona com regime de maior liberdade, abertura e autonomia em relação a alunos e professores. Essa abertura iniciada pelo pároco Frei Antonio Carlos Rechia e continuada pela atual direção, proporciona um ambiente onde cada um passa a exercer suas atividades com maior responsabilidade. Isto é fruto de longos e árduos anos de trabalho de conscientização que a própria cultura implantada pela escola conseguiu realizar.


A origem do nome se deve em homenagem ao Patriarca da Família Longo “Tercílio Longo”, que conforme a escritura de doação, feita por Pierina Longo, viúva do referido acima, realizou a doação do terreno de 7,669 m² para a construção da escola. Pelo feito realizado por Pierina Longo, a comunidade agradecida, achou por bem prestar esta justa homenagem.


Os colaboradores desta digna obra foram o Poder Público, a comunidade de Santa Maria, a igreja, nas pessoas dos fiéis pertencentes a terceira ordem regular, verbas do estrangeiro, Kolping, Padres da Alemanha que preocupavam com comunidades carentes e em criar ambientes com espirito familiar.


Até a construção definitiva ficar pronta, a escola funcionava nas salas da casa paroquial e no salão paroquial.

 

Em janeiro de 1975, acontece a fusão da Escola Reunida Deonisio Cerqueira com a EB. da CNEC.


Assim o ensino de 1ª a 8ª séries, passa a ser mantido e administrado pela Secretaria Estadual de Educação e a entidade passa denominar-se Escola Básica Tercilio Longo.


Apartir de 2000 o colégio encerra suas atividades ligadas a CNEC, passando a pertencer à Rede Estadual com o Ensino Médio.

 

 

 

PATRONO

 

                                                      Tercilio Longo, nato em 09 de junho de 1893, natural de Rio dos Cedros.

                                                      Terceiro dos oito filhos (cinco homens e três mulheres) de Giovanni Batista Longo e Maria                                                       Bona, nascidos na Itália na cidade de Castelnuovo, Província de Trento e vindo ao Brasil                                                           em 1875.
                                                      Tercilio cresceu na cidade onde nasceu. Estudou na Escola de Encruzilhada e após ter feito                                                       o curso primário, exerceu a profissão de ferreiro. Neste período conheceu a jovem Pierina                                                        Osti com quem namorou e contrair núpcias em 1923.
                                                      Após o casamento se estabeleceu em Rio dos Cedros por dois anos, que na época                                                                  pertencia ao distrito de Blumenau. Nesta época nasceram seus primeiros filhos: Urbano e                                                        Isabel. Em 1925, já pai de dois filhos, foi se estabelecer na localidade de Santa Maria, na                                                            época pertencente a Rodeio, hoje, Benedito Novo.

                                                      Em sua moradia optou pelo comercio de gêneros alimentícios e tecidos. Logo, diversificou                                                       com atividade de matadouro e compra e venda de laticínios.
                                                      Neste período teve mais quatorze filhos pelo ordem: Carmela, Alice, Lourdes, Protásio,                                                             Mauricio, Irene, Galdino, Selma, Leônidas, Célia, Aldair, Aparecida Elenita (falecida ainda                                                           jovem) e Luizita.
Os homens seguiram as atividades de comércio em geral e as mulheres a área de ensino. Apesar de pouca instrução, considerando os dias de hoje, foi um homem de grande visão comercial, sendo sempre bem sucedido em suas empreitadas.

Com o tempo adquiriu uma serraria e comprou aproximadamente cinquenta lotes de terra com mata virgem à qual continha muita madeira. Tercilio Longo era homem de pouca fala (conversa curta e objetiva), severo e impunha alto respeito e confiança. Nesta labuta todas, ainda exerceu o cargo de vereador pelo município de Rodeio por dois mandatos, sendo na oportunidade o primeiro presidente da Câmara de Vereadores, o que virtualmente lhe permitiu assumir a Prefeitura.

A comunidade de Santa Maria crescia em torno de sua atividade e homem religioso que era, doou as terras para a construção da Escola Básica e Colégio Cenecista “Tercilio Longo”, da igreja hoje Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, ambas localizadas na praça que leva o seu nome e onde está erguido o busto em sua homenagem.   No auge de seus negócios e lutas Deus o levou para a Eternidade, ainda jovem com idade de 64 anos, em 09 de janeiro de 1957, deixando mais de 160 descendentes em quatro gerações. 

Hoje, Santa Maria reconhece o empenho, tendo em sua homenagem, nomes da escola, praça e indústria. Santa Maria pertence ao município de Benedito Novo, desmembrado em dezembro de 1961.

Resumo biográfico por seu genro Silvio Francisco Buzzi.

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